segunda-feira, junho 19, 2006

Ninguém faz idéia do que vem lá...

Sentado ao micro,
me fogem as palavras que,
a princípio,
deveria dizer;
e sinto raiva
e dor
e medo
por não saber
o enredo
e não saber de cor.
porque não sinto a menor vontade de escrever um poema e me obrigo, num estoicismo individual, nessa dilacerante briga interna, a me fazer contrário aos meus movimentos. Funciona assim a fuga do eterno, porque ouço o que escrevo; essa é a percepção que tenho. Mas não sigo o que faço, desfaço o que sigo. Sigilo mediante as poucas coisas que entretenho. Tenho medo de novo do novo. E falaram que ia dar errado. Deu. A culpa é sempre minha. Ouço a "Raindrop". Não espero nada mais do dia. Adia a praia amanhã. Manhã triste, não sei o que escrever, mesmo assim, me obrigo...